Os ímãs são considerados materiais não-recicláveis. Em geral, o elemento é descartado nas nossas lixeiras e vai diretamente para aterros sanitários, onde ficam acumulados junto a outros materiais.
Porém, pesquisas realizadas recentemente indicam que é possível sim reciclar ímãs de neodímio. Essa descoberta é muito importante para reduzir o impacto ambiental que o descarte e extração desses materiais causam.
Efeitos colaterais dos ímãs na natureza
Em geral, os ímãs são extraídos dos metais de Terras Raras, conjuntos de elementos químicos com difícil retirada encontrados na natureza. Essa extração é problemática pois acaba destruindo ecossistemas naturais. Isso porque muitas empresas utilizam elementos químicos destrutivos para separá-los.
Como não são comumente recicláveis, seu descarte é geralmente feito de maneira comum, diretamente no lixo de casa. Eles são transportados a aterros sanitários e ficam acumulados por lá.
Estima-se que menos de 1% dos ímãs provindos de terras raras sejam reciclados. O problema é que a demanda desses elementos deve dobrar até 2025; por isso é tão necessário criar um sistema de reciclagem de ímãs eficiente.
Reciclagem dos ímãs de neodímio
Recentemente, o pesquisador Elio Alberto Périgo, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolveu uma técnica de reprocessamento de materiais magnéticos.
Segundo Elio, é possível reprocessar o neodímio-ferro-boro a partir de um processamento em quatro etapas:
- Hidrogenação
- Desproporção
- Dessorção
- Recombinação
Em linhas gerais, esse processo faz os materiais magnéticos se esfarelarem ao ponto de serem remontados. Dessa maneira, novos ímãs são formados de forma ecológica e rentável.
Para o estudo foram utilizados ímãs sinterizados, ou seja, aqueles com propriedades magnéticas de alto valor. Isso significa que, ao ser reprocessado, eles podem ser usados em aplicações que exigem resistência à desmagnetização. Os resultados obtidos comprovam essa possibilidade e mais: os materiais obtidos possuem propriedades superiores aos ferrites – usados na produção dos modelos mais simples de ímãs.
Outro ponto muito interessante de ser observado é que o reprocessamento de ímãs também auxilia o mercado nacional de reciclagem de lixo eletrônico – visto que o Brasil é o segundo país com maior reserva mundial de terras raras.
Sendo assim, com esse processo conseguimos, além de evitar problemas derivados da extração, reaproveitar o magnético que seria descartado no lixo.
Preservar a natureza é necessário. Nesse sentido, investir na reciclagem dos ímãs de neodímio é a melhor maneira de assegurar um futuro limpo e sustentável.
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